terça-feira, 24 de janeiro de 2012

     



     Olá meus amigos visitantes, vocês devem ter percebido minha ausência no último mês aqui no Ateliê, o maior motivo pode ser relacionado a um pequeno problema de saúde aparentemente resolvido agora, o que me proporciona mais uma vez me prostrar diante do teclado para escrever algumas palavras despretensiosas em relação ao Brasil que ando observando bastante calado, diga-se de passagem.
      Esses dias de férias merecidas que eu e os outros profissionais da área de educação podemos gozar me fizeram ficar atento a algumas questões que já vinham sendo debatidas em outras oportunidades aqui nesse espaço, casos como os enfrentamentos entre estudantes e policiais truculentos em Pernambuco, casos como o do bairro Pinheirinho(abrigo de muitas pessoas de classe social menos favorecida no estado de São Paulo) entre outros, mas o que mais tem me assustado na verdade é a passividade, a falta de interesse e a banalização com as quais esses assuntos vem sendo tratados principalmente pela classe média brasileira, isso para não falar da manipulação da verdade feita pelas grandes mídias. 
     Como professor me assusta muito a maneira como os jovens vem se manifestando em ambientes que em muitos países serviriam como veículo transmissor de informações relevantes, e, no entanto, na nossa realidade só servem como mecanismos ainda mais alienantes, vide por exemplo o FACEBOOK. Notícias banais como a que veiculou pouquíssimo tempo atrás como a de uma garota que estava no Canadá e somente por esse motivo virou celebridade, estamos falando da Luísa, ou assuntos relacionados ao programa exibido pela nossa "TELETELA" (leiam o livro 1984 do George Orwell), o Big Brother Brasil, ganham uma dimensão descomprometida com qualquer realidade vivida por qualquer cidadão brasileiro por menos informação que ele tenha. Os debates se estendem a um ponto onde não conseguimos mais enxergar o que nos é real e valioso e o que é fútil, aliás esse último vocábulo parece não mais precisar de definição no dicionário, acabou sendo incorporado como valor pela nossa sociedade. Não quero aqui ficar de forma alguma tentando fazer com que as pessoas comecem de uma hora para outra se interessar por alguns assuntos relacionados aos seus futuros, ou de interesse coletivo, mas o meu medo me faz buscar meios para fazer com que minha função social de educador não permita que essa leviandade seja tão desinformada como vem sendo. É revoltante entrar em uma sala de aula, em espaços virtuais como a internet, ou até mesmo nos botecos, tão frequentados por quem vos escreve, e perceber que as pessoas tão desligadas da importância da motivação política na construção de suas vidas se sentem revoltadas com a corrupção, e no entanto perdem tempo com coisas banais, e o pior disso tudo é que acabam por desenvolverem discursos fascistas, como o de que são apolíticos ou de que políticos são todos corruptos, vinculados até mesmo a posições religiosas ainda mais distantes de uma realidade político-social.
Nesse ano de eleições municipais que já começaram com bastante estragos proporcionados pelo descaso do poder público, principalmente em áreas habitadas por pessoas carentes, na região Noroeste Fluminense (aonde resido) em função das enchentes, é inconcebível que os jovens, meu alvo de críticas nesse momento, estejam tão banalizados. Acabei de ler uma crítica muito pertinente sobre uma udenização ou neoudenismo acontecendo no Brasil nesse momento, e tenho que concordar que essa informação gerada pela Maria Inês Nassif( http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5424)é totalmente pertinente, o que observamos é uma classe média passiva e desinformada, apegada socialmente apenas às relações de consumo, olhando para o próprio umbigo no intuito de construir carreira, me parece que as luta sociais hoje, reprimidas por ações que lembram em muitos aspectos posturas dos governos da Ditadura Militar (1964-1985), não conseguem mais atingir um nível de agregação e envolvimento senão dos próprios grupos envolvidos,embora de forma construída pela mídia, muitas pessoas, principalmente de classe média, desinformada volto a afirmar, se sintam a vontade para irem as urnas e decidir democraticamente o meu, o seu, o nosso futuro.
     É por essas e outras que me preocupo muito com o futuro democrático do meu país e do meu povo, e somente por isso não me permito ficar calado.
     Segue mais um link retirado do perfil de um cara genial no facebook (só para mostrar que esse espaço pode se tornar um veículo de informações úteis) Alexandre Vasilenskashttp://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/01/24/o-brasil-esta-em-pinheirinho/.

Abraços e até breve!
Consciência política é a saída!

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